Dos trabalhos arqueológicos (acompanhamento e prospecção) na empreitada de construção de abastecimento de água ao município do Sardoal pretendeu-se dar a conhecer a realidade arqueológica e estratigráfica identificada e caracterizar as ocorrências patrimoniais (Património Arqueológico, Edificado e Etnográfico) reconhecidas.
Realizou-se o acompanhamento arqueológico de todas as movimentações de terras, ficando estes trabalhos a cargo da empresa Neoépica. Relativamente ao Estaleiro de Apoio à empreitada, localiza-se em Mouriscas, tratando-se do Estaleiro definitivo do Empreiteiro (JJR), não se procedeu a qualquer trabalho de movimentação de terras.
No período de acompanhamento arqueológico realizaram-se também trabalhos de abertura de valas e reservatórios em Santiago de Montalegre, Entrevinhas, Cimo dos Ribeiros, Venda Nova, Andreus, Carvalhal, Panascos e Chão do Mouco. Em relação aos trabalhos de abertura de vala, apresentam larguras e profundidades lineares a todas as valas (variável entre 0,5mx1,20/30m).
O acompanhamento arqueológico revelou, tanto nas áreas onde se procedeu à abertura mecânica de valas, como nos reservatórios, níveis estratigráficos bastante homogéneos, por vezes, correspondendo a camadas de aterro ou a terras agrícolas, mas grosso-modo sobre o pavimento e base do mesmo surge o afloramento rochoso ou substrato alterado. Para além do aqueduto em cantaria, localizado na vala 6, que por razões de segurança só poderá ser melhor caracterizado e registado numa fase posterior ao fim do trabalho arqueológico sob autorização dos signatários, não foram detectados quaisquer outros vestígios estruturais ao longo desta 2ª fase dos trabalhos de acompanhamento arqueológico. Na prospecção efectuada à área próxima dos reservatórios e das valas só se identificaram elementos arquitectónicos e etnográficos contemporâneos: muros de pedra-seca, poços, fontanários, tanques e uma igreja.
Responsáveis pelo Projecto: Nuno Neto, Martinha Serras, Miguel Rocha e Paulo Rebelo