Enquadramento: A área de intervenção encontra-se localizada na Pedreira do Monte das Flores, em Évora. Situa-se no topo e encosta de uma pequena elevação no limite da área de exploração da pedreira. A intenção de expandir a área da pedreira para uma zona não licenciada e a identificação nessa área de vestígios arqueológicos veio a ditar a necessidade de execução de sondagens de diagnóstico. Os contextos identificados aquando da abertura das sondagens ditaram ainda alguns alargamentos às mesmas. Efectuaram-se assim 22 sondagens arqueológicas manuais, de 2x2m ou 1x1m, numa área total de 41m2, executando-se posteriormente 25m2 de alargamentos, perfazendo um total de 66m2 de sondagem.
Objectivos:
- Determinar a existência e grau de conservação, de contextos arqueológicos e eventuais sequências de ocupação;
- Integrar crono-culturalmente os vestígios arqueológicos, através do estudo das realidades observadas e dos materiais exumados no decorrer da intervenção;
- Avaliar o potencial patrimonial e científico do sítio, de forma a determinar as medidas mais apropriadas para protecção/minimização de impactes negativos resultantes da ampliação da pedreira;
Trabalhos: Escavação de 22 sondagens arqueológicas manuais, numa área total de 41m2.
Materiais: Cerâmica manual e artefactos líticos, essencialmente em quartzo, com cronologias atribuíveis à Pré-História recente.
Resultados: Através das sondagens de diagnóstico agora realizadas verificamos a existência de uma ocupação da área em época Neolítica / Calcolítica. Contudo, não foi possível determinar os limites dessa mesma ocupação, uma vez que os materiais se encontram em núcleos dispersos, por vezes intercalados por áreas que não forneceram qualquer elemento antrópico.
Todas as sondagens que revelaram inicialmente contextos relevantes foram alargadas numa 2ª fase, mas a informação recolhida não trouxe novos dados no que concerne à interpretação geral do sítio arqueológico:
- A estratigrafia é constituída grosso modo por duas ou três camadas de sedimento, com uma potência estratigráfica entre os 20cm e os 120cm;
- O material arqueológico recolhido encontra-se disperso e, de forma geral, pouco rolado, indiciando uma ocupação in situ, ou pouco distante do seu local de deposição;
- É constituído maioritariamente por artefactos líticos;
- As cronologias apuradas para algumas peças cerâmicas indiciam uma ocupação entre o Neolítico e o Calcolítico, não excluindo a hipótese de existência de contextos já da Idade do Bronze.
Responsáveis pelo Projecto: Raquel Santos, Nuno Neto e Paulo Rebelo